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Kĩsêdjê plantam pequi em consórcio com pastagens 5i6447

Área da foto é um plantio de pequi em consórcio com frutas e capim braquiária feito em 2006. Foto Luciano Langmantel Eichholz – ISANo primeiro semestre deste ano, os indígenas da etnia Kĩsêdjê, da Terra Indígena (TI) Wawi, vizinha ao Parque Indígena do Xingu (PIX), no Mato Grosso, concluíram o plantio de 60 hectares de pequi consorciado com capim. Trata-se de uma das ações do Projeto Sociobiodiversidade Produtiva no Xingu. Parte da cultura Kĩsêdjê, o pequi e o óleo dele extraído têm várias funções. É utilizado como hidratante corporal, remédio para problemas respiratórios e repelente de insetos.
Pensando em criar um nova fonte de renda, os indígenas começaram o plantio do pequi em larga escala em 2006. Utilizaram três hectares de uma área degradada, onde havia fazendas antes de a TI Wawi ser demarcada, totalizando 263 pés.
Em 2011, começou a extração do óleo, trabalho coordenado pela AIK, com apoio técnico do ISA e financeiro do Instituto Bacuri e do Grupo Rezek. E em 2014, teve início a ampliação do pequizal com mais 60 hectares financiados pelo Fundo Amazônia/BNDES.
Em 2014, foram produzidos 65 litros de óleo e 3 kg de castanha de pequi, rendendo R$ 4.000,00 aos Kĩsêdjê. Em 2015, a produção cresceu para 340 litros de óleo e 21 kg de castanha. Cerca de metade da produção do ano ado de óleo já foi vendida, rendendo até agora R$ 5.000,00.
Renomados chefs de cozinha estão utilizando o óleo em seus restaurantes, caso do chef Alex Atala.
Referência para a atividade pecuária
Além de aliar técnicas de rotação de pastagem e técnicas silvipastoris com pastos consorciados com pomares de pequi, os Kĩsêdjê também iniciaram a recuperação da mata ciliar da represa, destruída pela ocupação de não índios, isolando-a. Essas e outras iniciativas fazem do projeto em curso, futura referência para a atividade pecuária na região, adotando padrões de produção socioambientalmente mais adequados em relação à pecuária tradicional.
Luciano Langmantel Eichholz, consultor do projeto, explicou que os 60 hectares foram plantados em consórcio com capim braquiária e algumas espécies de árvores frutíferas nativas. Ao todo foram 2.709 pés de pequi plantados, por meio de sementes, e a taxa de sucesso foi de mais de 70% das covas com pequi nascido.
Para o plantio do pequizal e outros usos, a AIK conseguiu em 2014 um trator e implementos agrícolas com recursos do Fundo Amazônia. A área toda foi gradeada utilizando o trator, o que descompactou o solo. Com o furador hidráulico acoplado ao trator, foram feitos buracos de 60 cm de fundura por 40 cm de largura para o plantio das sementes de pequi. “Devido a terra ter sido descompactada, acredito que em seis anos já se inicie a produção”, avaliou Luciano.
Um dos manejos a serem feitos, antes de o gado entrar na área, é a roçagem do capim e enleiramento dessa palhada nos pés de pequi em forma de ninhos. A decomposição dessa palhada irá aumentar a matéria orgânica e também a umidade do solo nas covas, favorecendo o crescimento dos pés de pequi.
Antes, ainda, de colher os primeiros frutos, com cerca de quatro anos, as dez cabeças de gado que os Kĩsêdjê têm atualmente, serão soltas na área para pastar a braquiária, no que é chamado de Sistema Silvipastoril. O Projeto possibilitou, também, a construção de 6 km de cerca nova e a reforma de 1 km. A sede da Fazenda Comunitária Ronkhô, dos Kĩsêdjê, onde o projeto é desenvolvido, também foi reformada para abrigar o vaqueiro e a produção.
A área de 60 hectares foi dividida em três piquetes de mais ou menos 20 hectares cada, para o gado fazer pastejo rotacionado. Enquanto pastejam em um piquete, os outros dois estão em repouso para a recuperação da pastagem e, assim, a área comporta maior número de cabeças por hectare. A pastagem vai ser sombreada pelos pés de pequi, aumentando o conforto animal e, consequentemente, o ganho de peso.
Caça e pesca estão diminuindo
Culturalmente o pequi não tinha como destino o mercado externo e os indígenas nunca criaram gado. Yaiku Suya, diretor executivo da Associação Indígena Kĩsêdjê, disse que a criação de gado se originou na preocupação com a Com recursos do FAM foi adquirido um trator e implementos agrícolas. Os indígenas também participaram de treinamentos do SENAR para uso do maquinário. Foto Luciano Langmantel Eichholz – ISAdiminuição cada vez maior da caça e da pesca, servindo como um complemento alimentar. “Pelo que a gente vê, no território Xingu vai faltar peixe, vai faltar caça, por isso surgiu a ideia de criar um pequeno rebanho para consumo próprio. Não é da nossa cultura, mas estamos experimentando isso”.
Futuramente, a ideia é que, assim como o óleo de pequi, o gado também gere renda, além de servir para consumo próprio. Hoje os indígenas usam carro, barco movido a motor, gerador, o que acarreta despesas, ainda mais por conta das longas distâncias. O gado e o óleo de pequi para venda vão gerar recursos para cobrir os custos, principalmente de combustível.
A Fazenda Comunitária Ronkhô é a mais próxima da Aldeia Nghôjhwêrê, dos Kĩsêdjê. No total são seis fazendas que foram homologadas como Terra Indígena em 1999, criando a TI Wawi. Algumas áreas estavam desmatadas e com pastagens. Essa condição desfavorável está sendo revertida com a implantação do Sistema Silvipastoril, que consorcia gado e pequi e possibilitará a ampliação de outra cultura com a qual os Kĩsêdjê trabalham há 20 anos, a apicultura. O pequi é excelente para produção do mel. O Mel do Xingu é vendido pela rede de supermercados Pão de Açúcar há mais de dez anos.
Consolidação das cadeias produtivas
“Estamos lutando para ver se a gente consegue apoio para dar continuidade aos projetos” disse Pasi Suya, presidente da AIK. “Precisamos de apoio para a manutenção do pequi e também para cuidar o gado”.
Além dos 60 hectares plantados, os Kĩsêdjê construíram cercas, reformaram a sede da fazenda, melhoraram o equipamento da fábrica de extração de óleo, reformaram o curral, instalaram três bebedouros e uma roda d’água e compraram um trator e implementos. Tudo isso, foi conseguido com recursos do Fundo Amazônia/BNDES, por meio da Associação Indígena Kĩsêdjê (AIK), com apoio do ISA.
Empreendedores, os Kĩsêdjê criaram uma cesta de produtos, alguns típicos de sua cultura e outros não, para suprir a comunidade e custear despesas básicas vendendo para terceiros. Mesmo com os enormes desafios e muito trabalho pela frente, a iniciativa vem dando certo.
(Por Rafael Govari – ISA)

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