Ciclovia – Uma necessidade 1961f
As ciclovias representam uma forma de mobilidade urbana sustentável que se prolifera velozmente pelo mundo, atraindo cada vez mais praticantes devido ao baixo custo, aos benefícios à saúde e ao meio-ambiente. Contudo a adoção dessa modalidade de transporte sofre de uma resistência forte aqui no Brasil, e em Água Boa não é diferente, devido ao fato de que o país cresceu em função e em envolto, dos carros.
Toda a infraestrutura do país, e isso incluem estradas, rua, calçadas, estacionamentos, faixas, sistema de distribuição elétrico, posicionamento de lotes, localização de prédios públicos, praças etc, evoluiu sobre a ideia do uso do automóvel. Com a explosão do setor automobilístico nos anos 50, o país se transformou e convergiu para esse meio. Mais de 60 anos depois, a sociedade agora exige um novo tipo de explosão, mas dessa vez do transporte limpo e eficiente. E isso não é apenas uma demanda nacional.
Países europeus como a Inglaterra, conhecida mundialmente pela eficiência do seu transporte público, e emergentes como a China, desesperados para reduzir suas emissões de CO2, tomam a os cada vez mais largos o caminho de uma matriz viária mais limpa e eficiente. Essa intenção fica clara através da adoção de medidas políticas e istrativas claras, de apoio ao transportes baseados em fontes energéticas renováveis, como o elétrico, e pela adoção das bicicletas e ciclovias. No Brasil, apesar de já haver uma legislação que compele as autoridades à priorizar o transporte não motorizado e o público sobre o motorizado e individual, poucas iniciativas tem saído efetivamente do papel.
De acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana, descrita na Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, certos princípios fundamentam as políticas de mobilidade, como a ibilidade universal e eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano. Além disso, é uma diretriz do plano, como descrito no Art. 6º, a prioridade dos modos de transporte não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado. Na prática isso significa que a prioridade de um município deve ser voltada na criação de ciclovias, calçadas e meios de descolamento coletivo, como ônibus.
Em Água Boa, cidade com já excelentes vias de deslocamento para os automóveis, surge cada vez mais a necessidade de adequar sua infraestrutura aos meios alternativos, como a bicicleta. Na última reunião da MOVETRAN – o Movimento Cívico pelo Trânsito do município, rede de apoio as políticas de trânsito formada pelo Rotaract Água Boa, foi apresentado por um grupo de ciclistas projeto inicial de construção de ciclofaixas a ser exposto posteriormente as autoridades locais. Na ocasião foi demonstrado a viabilidade legal da construção desse tipo de infraestrutura e o desenho dos possíveis trechos íveis de implantação dessas ciclofaixas. Um trecho bem importante é o St. Cristalino – Centro, via Av. Araguaia, conhecido pela grande quantidade de acidentes fatais. A ciclofaixa partiria da escola do St. Cristalino, até o centro da cidade.
Os organizadores do projeto prometem novas reuniões para debater o tema e no futuro a realização de uma audiência pública, onde apresentarão à população e ao poder público a viabilidade das ideias. Trata-se de uma excelente alternativa para o município, cujo trânsito cresce em complexidade dia-a-dia, juntamente com os acidentes.
Alan Apio - MOVETRAN