Banco Santander responde Vereadores pessoalmente sobre Moção de Repúdio 2q4pk

ÁGUA BOA - Na manhã desta quarta-feira (29/NOV), o banco Santander através de seus representantes reuniu-se com a Câmara de Vereadores de Água Boa, para responder a moção de repúdio feita pelo Legislativo direcionada ao banco Santandar pelas obras de arte exposta na Mostra "Queermuseu" - Cartografias da diferença na arte da Brasileira, exibidas no museu de Porto Alegre-RS.

A mostra, com curadoria de Gaudêncio Fidelis, reunia 265 trabalhos de 85 artistas que abordavam a temática LGBT, questões de gênero e de diversidade sexual. As obras - que percorrem o período histórico de meados do século XX até os dias de hoje - são assinadas por grandes nomes como Adriana Varejão, Cândido Portinari, Fernando Baril, Hudinilson Jr., Lygia Clark, Leonilson e Yuri Firmesa.

Nas redes, as mensagens e vídeos mais compartilhados pelos críticos e movimentos religiosos mostravam a pintura de um Jesus Cristo com vários braços (a obra Cruzando Jesus Cristo Deusa Schiva, de Fernando Baril) e imagens de crianças com as inscrições Criança viada travesti da lambada e Criança viada deusa das águas, da artista Bia Leite. As manifestações foram lideradas principalmente pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que pediu o encerramento da exposição e pregou ainda um boicote ao banco Santander. O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB) também se manifestou contra a mostra dizendo que elas exibiam "imagens de zoofilia e pedofilia".

Vivian Silva e Alessandra Martins, representando o banco Santander na reunião com os vereadores, explicaram todo os acontecimentos referentes as obras expostas. Pediram desculpas a todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra. 

"Ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição Queermuseu desrespeitam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo. Quando a arte não é capaz de gerar inclusão e reflexão positiva, perde seu propósito maior, que é elevar a condição humana". O banco resolveu então encerrar a mostra. A exposição foi viabilizada pela captação de 800 mil reais por meio da Lei Rouanet.

As representantes ainda disseram que o Santander não defende e tampouco propaga uma ou outra ideologia, valor ou crença, considerando que o único intuito em patrocinar o referido Centro Cultural como espaço neutro é criar e promover um espaço de convívio, de reflexão e de crítica construtiva por intermédio das artes visuais. Portanto, ao inaugurar a mencionada exposição, jamais, o Santander teve a pretensão (em hipótese alguma) de transformá-la em palco ou motivo de discórdia, desavença ou de conflito hostil de ideias entre as pessoas. Tanto que foi decidido encerrar a mostra cultural antes do prazo previsto para encerramento.

O Santander ainda diz que no dia 11 de setembro de 2017, um dia após o fechamento da exposição, os Promotores do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, Júlio Almeida e Denise Vilela, visitaram a referida mostra com o objetivo de apurar denúncias veiculadas na internet. Nessa visita, os representantes do MP, constataram que a exposição não contém qualquer sugestão ou incitação à pedofilia.

O banco não analisa todas as obras de arte que serão expostas antes de financiar mostras culturais como essa. Segundo as representantes da instituição o Santander provavelmente ará a analisar o contexto do que sera exposto antes de financiar exposições culturais, para que não se repita o ocorrido. O banco apenas financiou o evento não sendo autor das obras expostas.

Alessandra Matins, contou que o Santander perdeu vários clientes por conta do evento, tendo um prejuízo financeiro lamentável, causado por obras que não foram feitas pelo banco, apenas o evento fora financiado.

Os vereadores Ari Zandoná, Alan Ápio, Léo 'Enfermeiro', Luiz César 'Cesinha', 'Papagaio', 'Quincão' e Edgar do 'Táxi', afirmaram serem contra qualquer tipo de acontecimento que denigra a imagem da família e os princípios básicos de doutrinas religiosas. O presidente da Câmara de Vereadores, disse honrado com a repercussão da moção de repúdio e pela atitude do banco enviar representantes para uma reunião com o Legislativo da cidade.

Representantes das comunidades religiosas, Ronaldo Pedroso (Pastor - Igreja Assembleia de Deus Madureira), João Batista da Rocha (Pastor Presidente da Assembleia de Deus Madureira), Clésio Soares (Pastor da Assembleia de Deus Madureira), Enio Zandoná (Representante da Igreja Católica) da cidade foram convidados a participar do debate e se disseram muito satisfeito com as explicações e também agradeceram pela presença das representantes do Santander.

VEJA ABAIXO NOTA DE ESCLARECIMENTO DO BANCO SANTANDER A MOÇÃO DE REPÚDIO...