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Médico João de Siqueira e a UTI 4b6y56

ÁGUA BOA – Como o assunto está em evidência, vamos REPRODUZIR uma entrevista concedida em agosto de 2.013, pelo médico água-boense João de Siqueira Neto. O médico fala sobre a possibilidade de montar uma UTI em uma cidade do interior. O assunto é esclarecedor. CONFIRA AGORA:

ÁGUA BOA – Confira a entrevista com o médico João de Siqueira Neto, água-boense que mora em Vitória, capital do Espírito Santo. Ele é professor de cirurgia geral da Universidade Federal do Espírito Santo e atua como responsável técnico da Central de Transplantes daquela capital.

O médico fala sobre a possibilidade de montar uma UTI em uma cidade do interior. Nessa época em que as pessoas cobram tanto a vinda de uma UTI, o assunto será esclarecedor. CONFIRA AGORA:

 

 Jornal: O assunto diz respeito ao sonho do município de ter uma UTI. Dr. João de Siqueira Neto é possível um município pequeno ter uma UTI ou é algo astronômico falando em dinheiro?

Dr. João de Siqueira: Possível tem que dizer que é, mas não é simples, é extremamente complexo, e eu creio que só a vontade do município não é possível. Tem que ter o apoio federal, estadual, e juntar um consórcio de municípios para conseguir fazer uma UTI. Só o município de Água Boa com sua população (arrecadação) eu acho que não é possível. Para se ter uma ideia, temos no Brasil cerca de 5400 municípios, e somente 401 municípios do Brasil tem UTI funcionando (em 2.013). Menos de 10% do total. Então não é simples colocar uma UTI. É extremamente caro manter uma UTI. Para se ter uma ideia a diária de uma UTI, se for colocar particular, é mais de R$ 5 mil, sem contar as visitas, os exames, tomografias que são necessárias. O número de profissionais que exige uma UTI é muito grande e a capacitação desses profissionais também. Talvez seja uma das partes mais complexas da medicina a terapia intensiva.

Jornal: Dr. João de Siqueira, poderia citar quantos profissionais e que especialidades são necessárias para manter uma UTI?

Dr. João de Siqueira: Tem que ter médico 24 horas na UTI, plantonista 24 horas, e os rotinas da UTI que são os terapeutas intensivos, os especialistas que am a rotina e determinam o tratamento que o paciente deve receber. Mas esse talvez seja o menor dos profissionais, porque tem que ter técnico de enfermagem. Cada leito de UTI necessita de um técnico de enfermagem em plantão. Imaginando dez leitos, pelo menos trinta técnicos de enfermagem, no mínimo dois enfermeiros para cada plantão, psicólogo, assistente social, e fisioterapeuta para recuperar os pacientes. A maioria dos pacientes está em assistência ventilatória, e se não tiver um fisioterapeuta do lado não consegue sair do respirador. Tem que ter centro cirúrgico disponível 24 horas. Não adianta ter uma UTI e o paciente estar com sangramento, precisar fazer uma neurocirurgia e não tem onde fazer. Então montar uma UTI não significa só ter a UTI, é necessário ter um hospital funcionando para conseguir resolver os problemas da UTI. É uma estrutura grande que tem que ser montada para conseguir manter uma UTI.

Jornal: Quanto custa uma UTI básica e a manutenção dessa UTI?

Dr. João de Siqueira: Montar a UTI em si apesar do custo ser alto, fazendo projetos bem feitos se consegue essa verba federal ou estadual. A grande dificuldade é conseguir contratar e manter esses profissionais. Seriam profissionais daqui do município ou conseguir um consórcio de prefeitos para manter esses profissionais. A carga dos salários somados desses profissionais, que é extremamente alta ficaria a cargo do consórcio.

Jornal: Quando o senhor fala em profissionais por plantão, seriam oito horas trabalhadas por plantão, cada dia três turnos. É isso?

Dr. João de Siqueira: Não. São doze horas plantão médico, enfermeiro, fisioterapeuta, normalmente são doze horas. A escala é doze por trinta e seis (trabalha-se 12 horas e folga-SE 36 horas). Eles fazem um plantão e folgam dois. Então por isso QUE eu falo que tem que ter pelo menos um técnico de enfermagem por leito, então tem que multiplicar por três esses profissionais, porque a escala de uma UTI é doze por trinta e seis.

Jornal: Tem ideia do custo mensal só em profissionais?

Dr. João de Siqueira: É muito complexa essa questão do custo, porque eu já trabalhei em UTI e tem plantões em UTIs dentro de Vitória/ES, que pagam de R$700,00 até R$1.500,00 por plantão de 12 horas (ano de 2.013). Eu trabalhava em Vitória em uma UTI de transplantes, específica que só recebe pacientes transplantados. UTI bem complexa que pagava um pouco acima da média. Ou seja, esse custo é difícil prever, mas teríamos que ver o número de profissionais, quanto cada um recebe, encargos, impostos, e fazer essa conta mensal.

Jornal: Quais equipamentos seriam necessários para abrir uma UTI?

Dr. João de Siqueira: Uma UTI com dois ou três leitos não funciona, é inviável. Estudos mostram que o número ideal de leitos para uma UTI ser viável é de dez leitos, senão ela não se sustenta. Pois, com o mínimo de funcionários pode-se atender bem 2 ou 10 pacientes. Mas com 2 leitos recebe-se diária de 2, e com 10 pacientes internados recebe-se diária de 10 leitos. Mais de 10 leitos seria bom financeiramente, porém já sobrecarregaria os funcionários. O material que se necessita realmente é muito: respiradores, monitores, tomógrafo que é essencial, mas o que acho que é mais difícil é a estrutura do hospital. Não é só a UTI funcionando ali, você tem que ter o centro cirúrgico funcionando 24 horas. Tem que ter funcionário no centro cirúrgico a noite toda, o laboratório tem que funcionar a noite, o raio x tem que funcionar 24 horas. Outros exames emergenciais também. Então é toda a estrutura hospitalar que tem que mudar e tem que melhorar para funcionar a UTI.

Jornal: Então na verdade, quando se pensa em falar em UTI é preciso pensar que existe uma grande estrutura por trás para bancar isso?

Dr. João de Siqueira: Vou citar um exemplo do Espírito Santo, onde estou já fazem alguns anos. Existem duas UTIs no interior do estado. Já tinham mais e todas fecharam, e dessas duas que ainda funcionam, uma funciona até bem, em uma cidade de 150 mil habitantes no norte do Espírito Santo. Algumas outras cidades enviam pacientes para esta UTI, então é uma região de mais ou menos 250 mil habitantes ligados a esta UTI. A outra, um pouco menor, fica numa cidade de 30 mil habitantes e tem algumas cidades em volta. Ouvimos falar que tem remoção de paciente da UTI para fazer uma endoscopia em Vitória. Às vezes o paciente está com apendicite grave e o hospital não tem cirurgião para operar. Precisa de um exame de sangue, de uma cultura para saber qual a bactéria que está causando a infecção e tem que enviar o sangue para outro município para fazer o exame. Então é muito bom ter uma UTI na cidade, mas tem que ser uma UTI que funcione, somente existir a UTI para falar que criou a UTI e ela não funcionar, eu acho perigoso.

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