14 DIÁRIO DE MOTO – SAINDO DE SAN PEDRO DE ATACAMA, RUMO AO BRASIL 1438i
Ontem combinamos que sairíamos cedo hoje, 06:30 horas da manhã e já tinha gente mexendo na moto, carregando as coisas, dando uma apertada ali e aqui. 7:30 horas todos foram para o café da manhã e 8:30 horas todos a moto, prontos para partir. Hoje foi excepcional, nem sempre funciona, mas hoje funcionou, é o que importa.
Para mim e mais fácil, minha moto ficou prática, dois baús laterais para carregar algumas coisas, como chaves, câmaras de ar reservas, remendos para a câmara, bomba para encher a câmara, capa de chuva. A bolsa superior para carregar aquelas coisas que preciso durante o dia e baulete superior para carregar as roupas. Toda vez que parava, tirava só a mochila de roupas e higiene pessoal e a bolsa da frente, pois sai fácil e poderia ser roubada, de manhã coloco de volta a estou pronto para a viagem.
Agora, por último acrescentei o tambor de gasolina, que tirou aquele medo de ficar sem combustível, parando a cada momento para abastecer, temendo não encontrar posto de combustível mais à frente.
Consultei o site Clima Tempo e confirmo temperatura de 10 graus para a região do Atacama. Coloco a calça de segunda pele (para ambientes de calor) e por cima, a calça X11 própria para motociclistas. Na parte de cima uma caiseta de segunda pele, mais camiseta normal e casaco de motociclista. Tudo certo, para 10 graus.
A viagem começa, 10 graus como previsto. Começamos a subir a cordilheira dos Andes e a coisa começou a esfriar. Primeiro 5 graus, depois 3 graus, 2 graus, até zero graus eu comemorei, mas quando começou a ficar menos do que 0, bateu preocupação. No topo do frio chegou a -8. Pensa num frio! As mãos, o aquecedor de punhos dava sustenção. As pernas até que estavam quentinhas. Mas a parte de cima, quando ava um ventinho, por exemplo no pescoço, a coisa assustava. Lá pelas tantas parei para ver se estava tudo bem com os meus dedos das mãos, já que não estava sentindo eles. Mas Graças a Deus, estava. Montei na moto e continuei.
Depois de subir e subir, finalmente uma planície sem fim, por onde a estrada corria em linha reta, com algumas curvas suaves. Para exemplificar a paisagem nesta altitude (acima de 5 mil metros), você já viu uma área de lavoura preparada? Então, nessa altitude parece isso. Você não vê um só verde, tudo marron, como se a terra tivesse acabado de ser preparada. Isso se estende por uns 300 km. Neste trecho todo, deixei de abastecer num único Posto de combustível que vi e se não fosse o tambor reserva, teria ficado sem combustível.
Depois começo a descida, a estrada vai serpenteando, quase se encontrando nas curvas, de tão tortas que são. Acha que não? Então veja o mapa.
o por umas montanhas de cor esverdeada, não fasso ideia porque, deve ser algum tipo de minério. Nessa descida da cordilheira, vou recebendo rajadas de vento que dão medo da moto flutuar, mas vou percebendo que não oferecem riscos, pois parece que a moto se inclina para ar as rajadas. Logo à frente um camping, com pousadas e hotéis e na atrás montanhas coloridas. Como não deve ter água por aqui, acho que as pessoas vem aqui para curtir a cor das montanhas. Acaba a gasolina e meu tambor reserva me salva. Paro e arrumo uma coisa ali, outra lá, enquanto a gasolina corre para dentro do tanque da moto, me preocupando unicamente com as rajadas de vento, que as vezes parece que vão derrubar a moto. Pulo na moto e sigo viagem, querendo parar a cada curva para tirar mais fotos, de tão lindas que são as paisagens que se estendem à frente.
Chegando perto das 19:00 horas, parei em uma cidadezinha a 27 km de Monte Quemado, muito cansado parei no Hotel e perguntei se tinha vaga, disse que sim, mas que não aceitava nem cartão de crédito e nem dólar. Desolado sai e um Argentino (Rolando), perguntou se estava com alguma dificuldade, falei então que precisaria ir até a próxima cidade porque não tinha dinheiro. Imediatamente disse que trocaria os dólares para pagar o hotel, também para a janta e o café.
No outro dia, a corrente de moto ficou solta, um rapaz em outra cidade emprestou as chaves, ainda ofereceu água e almoço. A casa dele virou ponto turístico, pois todos queriam saber detalhes da moto. ei a ser um mero informante e o astro a BMW.
Ainda, sempre que precisei de ajuda, aparecia alguém para ajudar, colocar a moto no tripé, descer ela, empurrar quando não dava conta, em fim, estava voltando sozinho, mas as pessoas de um outro país sempre estavam à disposição para ajudar. Como digo sempre, 95% das pessoas são boas, no entanto, os 5% causam mais impacto do que os 95% de bons. Que bela lição recebi do povo argentino, pois me ajudaram a cada necessidade, sempre solícitos e disponíveis, fazendo de tudo para que a minha viagem seguisse.
No Paraguai ei rapidamente, mas também, a moto sempre causava espanto e todos queriam saber detalhes sobre ela.
Cheguei em casa, depois de rodar 3.235 km em 3 dias e meio. Neste trajeto todo, tive apenas um susto com um carro que estava ando um caminhão na faixa contínua, à noite, e precisei ir para o acostamento, que só consegui porque minha intuição me disse bem antes que havia algo de errado à frente e saí para a faixa externa da via e em Goiânia, onde por um pequeno descuido a moto caiu e bateu na minha perna. De resto, só coisas boas e muitas reflexões sobre a vida, amigos, familia, coisas, filosofias, pensamentos...
Que viagem!
Elton Iappe
30/04/2018
13 DIÁRIO DE MOTO – SAN PEDRO DE ATACAMA - CHILE 85l14
Hoje, desde o dia 13/04, é o primeiro dia que não vamos andar de moto. Pegamos uma Van para ir até os Géisers em San Pedro de Atacama. A temperatura hoje pela manhã (5:00 horas da manhã) está em 10 graus. Ótima, se considerar que pode chegar abaixo de zero. Chega a Van. Parece boa, vai lotada, tem mais duas brasileira de Porto Alegre, 2 Chilenas, mais 2 casais não sei de onde.
Quando chegamos ao local, acho que não entendi bem, mas a temperatura estava em 1 grau, com a roupa que estava, peguei a bandeira do Motoclube de Águas Claras, mas ainda assim tremia dos pés à cabeça. Paramos para tirar fotos, quem diz que tenho coragem de tirar o gorro ou protetor de pescoço? Mesmo caminhando entre os géisers o frio não diminui. Depois fomos para local onde tinha uma piscina de Águas termais. Como estou com muito frio, vou aproveitar e tomar um banho nas aguas vulcânicas, já que não vou sentir mais frio do que já estou sentindo. Quando saio já me sinto melhor, mas pensa numa bateção de queixo!
Os géisers são legais, mas não impressionam, a piscina para tomar banho poderia ser mais quente. Depois fomos a um lugar que borbulhava o barro, com forte cheiro de enxofre, bem próximo de um monte nevado, foram boas fotos, depois fomos para um lugar que chama “Vale de la Pantana (acho pântano)” e por fim para uma vila (Machuque), com 35 habitantes, onde serviam churrasquinho de Lhama. O eio é legalzinho, mas não impressiona.
Fim do eio lá pelas 12:00 horas e a Van volta para a cidadezinha quase se desmanchando nas costelas de vaca do caminho. Gastamos o resto do dia dormindo. Pensa! Fazer 4.875 para dormir. Mas os últimos dias foram pauleira. Merecido o descanso.
Elton Iappe
27/04/2018
12 DIÁRIO DE MOTO – ALTERAÇÃO DE ROTA NO CHILE 694j2o
Amanheci com sangue no nariz, respiração dificultada, sintomas da altitude que não tem como fugir. Mas para mim valeu cada km rodado. Hoje iríamos para Iquique, no entanto, a rota mais curta não poderemos fazer, por uma questão de região autorizada, foi o que entendi da explicação dos carabineiros da fronteira. Para ir para Iquique precisaríamos descer até Calama, que fica perto de São Pedro de Atacama. A princípio combinamos ir até Antofagasta, cidade litorânea, a exemplo de Iquique e assim tocar nas Águas do Pacífico.
Como de costume, quando colocamos as motos na estrada já são 11:30 horas da manhã. Hoje em especial tivemos um problema de conversão. Uma mulher que troca dólar pagou $480,00 pesos bolivianos, no entanto, deveria para $680,00.
Interessante: andamos 200 km e encontramos apenas uma vila e uma cidade, até chegar em Calama, cidade maior é bem estruturada, com lojas de carros e tudo mais. Esqueci de mencionar, ontem, na Bolívia, andamos uns 70 km. e nesse trajeto encontramos 1 silo (para grãos ou algo assim) e 3 casinhas, nessas casinhas encontramos a única pessoa do caminho, pedimos informações, mas ela só falava a língua Keshua e ficamos sem a informações.
Em Calama paramos para abastecer e tiramos o sal das motos com uma ducha que nos mesmo amos. Dali fomos para Antofagasta. Quando chegamos descobrimos que a cidade tem mais de 500 mil habitantes, muito grande e bonita, com excelentes restaurantes, grandes revendas de carros. Só um detalhe, entre Calama e Antofagasta tem 233 km. de estradas excelentes, montanhas e montanhas de resíduos de terra de extração de níquel e depois Antofagasta. Já imaginou? 233km e apenas 1 cidade.
Em Antofagasta, pela manhã, fazemos alguns eios para conhecer a cidade e depois embarcamos em direção à San Pedro de Atacama. San Pedro de Atacama existe a muito na minha imaginação, muitas histórias contadas, fotos, mas acho que é uma cidade que não eu certo. Acho que é uma vilinha, daquelas bem abandonadas, que recebe turistas.
No que diz respeito a temperatura, hoje no início da viagem, perto do litoral pegamos 27 graus, depois subiu para 35 graus e mais tarde, já perto de San Pedro de Atacama, a temperatura caiu para até 10,5 graus.
Chegamos em San Pedro de Atacama e a cidade não se parece com nada que eu poderia imaginar. Ruas estreitas, de chão batido, com casas de aparência simples e como já é noite, as luzes meio fracas dão um ar mágico à cidade, apaixonante, daquelas que você se pergunta se ficaria mais tempo e a resposta é sim. Ficaria pelo menos uma semana por aqui.
As ruas apinhadas de turistas de todos os cantos, inclusive do Brasil, deixam a cidade animada. Se fosse comparar, poderia dizer que tem proximidade com Pirinópolis, só que com um grau maior de rusticidade. Mas nem de longe poderia ter imaginado que seria assim.
Contratamos um pacote por R$ 30,25 para conhecer o Geisers, tomar banho em Agua vulcânica e outras paisagens, no entanto, sai às 05:00 horas da manhã. Espero acordar.
Elton Iappe
26/04/2018
11 DIÁRIO DE MOTO – PRONTOS PARA SAIR DA BOLÍVIA 4227o
Já tem uns 2 dias que parece que tem sujeira no nariz, ao limpar são pedaços de sangue e hoje pela manhã está cheio de sangue, ainda não sangrou pra valer, mas todos estão com os mesmos sintomas. Farmácia para algum remédio, só se ar o Salar de onde graças a Deus, ontem, conseguimos desatolar o Troller, então é se virar com o que temos. Mas as paisagens compensam tudo.
Entrando no terceiro dia sem comunicação por telefone, ou internet, não sabemos de nada que está acontecendo e não é ruim, pois podemos nos focar apenas no que importa, A VIAGEM e com os sintomas iniciais da altitude, pouca fome, um aparente mal estar, sangramento no nariz, cansaço após pequenas tarefas e respiração ofegante.
A gasolina nas motos está tranquilo, diesel para o Troller nem tanto e no caminho não temos muita esperança de encontrar diesel S10, talvez na fronteira, mas acreditamos que chegamos lá, se não teríamos de apelar para o diesel comum. Aqui a SUVs que dominam quase absolutas a região, são todas a gasolina, mas como eles pagam somente R$ 2,00 o litro, não preocupa a eles os gastos.
Hoje devemos encarar uns 40 km de estrada de chão, depois Aduana e dai Chile. Dizem que lá pelo Chile a infraestrutura das estradas é melhor e devemos pegar quase só asfalto, espero, porque as informações aqui são sempre meio desencontradas e só pôde-se ter certeza de algo depois de confirmar várias vezes. Mesmo já tendo visto vídeos, relatos e outros, ainda assim pode-se entrar em alguma fria. Mas como o nome da nossa trip é “EXPEDIÇÃO SALAR DE UYUNI 2018”, todas essas dificuldades fazem sentido.
Mais um detalhe sobre nossa travessia do Salar, como a água do Salar bateu nas roupas e na moto inteira, além das manchas brancas que por mais que você limpa continuam, tudo está meio endurecido pelo sal. Gente, é sal demais!
Pegamos a estrada, tem bastante areia, pedrinhas e poeira, muita poeira. Numa curva, daquelas que você quase vê a placa da moto, fui trocar de pista, para o caso de um carro vindo do contra e a roda da frente travou, tentei pular fora da moto, mas a perna não saiu tão rápido como eu queria e a moto caiu em cima, sorte que não machuquei, os outros chegaram e levantaram a moto. É! Essa estrada não é para os fracos e depois dos últimos dois dias, principalmente os últimos dois, eu me classifico entre os fracos.
Continuando a viagem, com muita costela de vaca, tanto que a moto parece que se encolhe ao ar, chegamos nos 40 km e nada de asfalto, apenas entramos numa estrada levantada, mas continuam as pedras, também as costelas de vaca e a poeira. A única vantagem são as paisagens. No caminho amos por algumas vilas e no caso daqui, vilinhas e para vilinha daqui, eu não teria parâmetro comparativo no Brasil. Umas casinhas de tijolo de argila, levantado com barro, normalmente cobertas de zinco, mas tem coberturas de palia e outras coisas que não identifiquei.
Depois de 76 km rodados e o corpo moído, paramos para almoçar em San Juan, descobrimos que ainda faltam 50 km e adivinhem? Chão bruto. Mas o que fazer? Vamos encarar a estrada que deve ter o mesmo padrão que observamos até aqui, pedra, poeira, areia e costela de vaca.
San Juan – Bolívia, parecia grande mas é tão vilinha como as outras. Posto de gasolina? Nem pensar. Restaurante, boa piada.
Pegamos a estrada e as coisas só pioraram, as costelas viraram costelões, a moto pula pra cá e pra lá e a viagem foi sendo entre 10 e 30 km por hora. Paramos perto de outro Salar para tirar umas fotos e apesar do ambiente inóspito, de sal, terra fraca, vegetação rasteira, ventos fortíssimos e estradas muito mau cuidadas, impressiona pela beleza de contemplar as montanhas, os salares e picos nevados.
Logo mais à frente minha moto começou a engasgar, mas ligava de novo, depois de umas 5 engasgadas e de uns minutos, ela volta a funcionar. Gasolina de má qualidade? Só pode. Pedi para parar e completei com gasolina que trouxemos da Argentina e ela voltou a funcionar normalmente. Depois de rodar 189 km de estradas péssimas, chegamos à fronteira com a Bolivia. Falaram que já tinha encerrado. Eram 18:00 horas, mas que nos atenderiam, desde que pagássemos $ 15,00 Bolivianos para cada um, cerca de R$ 7,50. Na porta, bem grande estava escrito “Atendimento até às 19:00 horas”. Melhor não discutir. Autoridades Bolivianas desonestas não são novidade.
Nos liberaram e saímos com tudo para chegar antes das 19:00 horas na aduana do Chile. Chegamos às 18:57 horas. Nos atenderam, bateram os carimbos, precisamos preencher os documentos do veículo e fomos todos para a vistoria. Desceram tudo das motos e do carro. Como não tinha mais ninguém, nos liberaram dentro 1 hora mais ou menos. Pedimos sobre hotel e disseram que tinha um na vilinha ao lado (Hostal Atahualpa). No primeiro que fomos, Nossa! Muito ruim. Andamos até o Atahualpa, vimos os quartos. Ótimos, fazem a janta e tem uma ótima garagem para os veículos.
Exaustos pelos 40km que viraram 189km. Jantamos e depois de umas pequenas e curtas histórias da aventura do dia. Cama. Amanhã tem mais. Nosso destino amanhã é Iquique, Chile .
Elton iappe
24/04/2018
20 CHINA_TIBET 2015 - Diário de Viagem – Retorno e Frankfurt 2vi3s
Vamos embarcar às 02:00 da manhã do dia 20/04, mas quando são 22:00 horas do dia 19/04 e para não correr riscos vamos para o aeroporto e em 20 minutos estamos lá, pois as estradas em direção ao aeroporto de Beijing são muito boas e com opções para evitar trânsito.
Para não estressar vamos direto para o Check in, imigração... Mas tudo corre de forma tranquila e religiosamente perfeita e lá pelas 12:00 horas já estamos lanchados e esperando o nosso voo em frente ao portão de embarque e na hora prevista nosso voo é anunciado para embarque.
Consegui três janelas, mas um chinês espertalhão pede para o Alexandre ceder a janela. Como é um casal de idade o Alexandre acaba na fila do meio. Durmo um pouquinho e logo depois acordo com o sol já totalmente nascido no horizonte, mas o avião altera a rota e o sol lentamente começa a desaparecer no horizonte e volta a ficar de noite. Saímos de Beijing às 2:00 horas da manhã e depois de 10 horas de voo chegamos no amanhecer em Frankfurt. Foi a noite mais longa da minha vida, com exatos 15 horas, sem contar que devo ter acompanhando o nascer do sol por umas 8 horas.
Saímos do avião e o pessoal decide ir para o Duty-free ver alguns produtos tipo máquina fotográfica, tablet, celulares, etc. Acabamos ficando além da hora e quando saímos na imigração já eram 10:00 horas em Frankfurt. Contratamos um city tur por R$ 100,00. Não deve ser grande coisa, considerando que Frankfurt é uma cidade comercial e financeira, não tem muito de turismo. Mas vamos lá, afinal nossa ideia é tomar um chope e olhar o movimento de Frankfurt - Alemanha.
Realmente o city tur não foi lá aquelas coisas, mas paramos na parte velha da cidade e tomamos alguns chopes e comemos Bratworzt, salame tipo salsicha, acompanhado por um pedaço de pão pequeno, que basicamente serve para segurar a salsicha, acompanhada de doses generosas de catchup, maionese e mostarda. Eu, com saudades, como três fácil, acompanhados de uns chopes para encerrar a viagem. Foi realmente um momento especial para encerramento de uma viagem espetacular que até o momento não houve grandes momentos de dificuldade, as reservas todas deram certo, os pacotes contratados todos fecharam sem quaisquer dúvidas ou adicionais de custo.
O centro de Frankfurt é reconfortante para essa viagem de 21 dias. Boas conversas, boas histórias, custos razoáveis e muitos aprendizados, onde podemos apreciar tudo que pensamos e até o que não pensamos. Desde desertos até mar, neve, gelo, areia, pedra, terra e cidades, algumas delas impressionantes pelo tamanho, outras pela riqueza, outras pela religiosidade e outras pela beleza.
Nesta viagem tivemos a oportunidade de observar culturas diferentes como a Tibetana, que guarda uma religiosidade só comparável aos hinduístas na Índia. Com a ideia de que você deve sempre rezar pelas pessoas e não por você, eles am horas e horas circulando em torno dos lugares considerados sagrados, rezando o mantra "Om mani pe hum", ou outro.
amos por países e regimes de governos complexos de entender como os de Hong Kong, Macau e Tibet. Hong Kong, parte ilha e parte continente, com fronteiras controladas, Macau um lugar com escrita em português nas ruas que ninguém tem a menor noção do que possa estar dizendo e Tibet, uma invasão da China, não aceita pela população do País, mas que lentamente vai sendo impelida para a mudança e o modernismo imposto pela China.
E agora só faltava mais uma parte desta viagem. O retorno. Encarar aproximadamente 25 horas sentados em uma poltrona de avião e mais umas 20 horas de espera em aeroportos vai ser a parte do exercício de espera e controle do corpo da mente, sem contar a readaptação ao fuso horário de 11 horas em Beijing e 5 horas da Alemanha.
Aqui termina da viagem, mas se você se animar estou à disposição para todas as dicas que precisar, considerando que toda organização da viagem não contamos com a ajuda de nenhuma agência de turismo e assim, foram horas de organização e leitura para entender como funciona e também descobrir se os locais onde estamos reservando é confiável e todos foram. Usamos muito o Hostelword para as reservas de hotel e Chinatur para as compras de agens pelo interior da China.
Não gostei do trabalho da Airchina pela falta de SAC, ou mesmo e-mail para eventual contato, além da descentralização, onde uma cidade não resolve problemas de outra, se limitando a fornecer o número do telefone para ligar.
Nesta viagem optamos por utilizar somente hostal (albergues). A magia do hostal está na amizade e boas informações, preços muito convidativos e no caso da China, são melhores que muitos hotéis.
Dicas de excelentes hostais:
Dragon King em Beijing
Rain Forest em Yanshuo
Tashi Hostal em Lhasa-Tibet
Hostal em Jiussaigu
Valeu!
Elton Iappe
20 e 21/04/2015
19 CHINA_TIBET 2015 - Diário de Viagem – Beijing 3t3v69
Ficamos com os últimos dois dias livres para comprar coisas em Beijing, ear nos shoppings, conhecer a cidade, andar de metrô, conhecer o comércio, enfim, se misturar aos nativos nesta imensa cidade.
Mais uma vez constatamos a estranha relação comercial entre a população chinesa e o regime do País. "Se isso é comunismo, eu quero isso para o Brasil". Encontramos lojas onde relógios custam mais de R$ 105.000,00 ($ 211.000,00 Yuan) e lojas com as marcas das roupas mais caras do mundo, lojas de perfumes que ainda não vi no Brasil de tão caros, cosméticos, shoppings tão bonitos que ficamos de boca aberta irando a riqueza da aparência desses centros comerciais.
Andamos também por ruas que levam à China antiga, onde vendem comidas típicas como o Pato de Pequim, o qual é claro nós saboreamos um com muito gosto e realmente gostamos do sabor. Os espetinhos de gafanhotos, larvas, escorpiões, calangos e outras especiarias como lulinhas e frutos do mar também encontramos. Os espetinhos de escorpiões por exemplo, custavam R$ 25,00 cada, muito caros e esse foi o único motivo pelo qual decidimos não comer essa iguaria.
Interessante que esse local onde vendem essas iguarias é ponto turístico não só para nós, mas pelo alvoroço dos chineses e busca por fotos para eles também. É nítido que é algo que não faz mais parte do cardápio deles, que lotam os Mac Donalds, Starbuks Coffe, KFCs, Pizza Hut e outras redes bastante conhecidas no Brasil e no mundo e ainda mais na China. Pizza Hut por exemplo, vi vários em todas as cidades que amos.
Os comerciantes, tipo feirinha, são muito agressivos e vendem as coisas a preços muito abaixo do preço inicial. Por exemplo, comprei um conjunto de 5 rachi, aqueles pauzinhos chineses usados para comer, onde o preço inicial fornecido foi de R$ 143,00, eu ofereci R$ 20,00 e depois de negociar um pouco e ameaçar desistir da compra foi fechado pelo meu preço ofertado. Também, quando você pergunta o preço, esteja preparado para ser puxado, alertado por gritos e outros alertas pedindo que você faça a sua oferta, é até complicado mostrar um pequeno sentimento de querer que eles enlouquecem para que você leve o produto.
Fomos ainda, ao Show da Ópera de Pequim, o teatro fica dentro de um hotel. É muito bonito por dentro. Sentamos em cadeiras tipo cinema e mais na frente várias mesas com tira gosto sobre elas, essas mesas são logo ocupadas por pessoas com aparência milionária e que vão logo pedindo um monte de bebidas. Recebemos também o cardápio e subitamente perdemos a vontade de beber algo. O preço por exemplo de uma cerveja era de R$ 30,00. Os vinhos e comidas não vou nem comentar.
O preço de entrada do show foi R$ 70,00, mas na minha avaliação não devia ter gasto esse dinheiro. A ópera começa com um cara se pintando e vestindo no palco. Depois am um pequeno filminho, depois no primeiro ato tem um casal simulando a subida e navegação em um barco. No segundo ato, dois guerreiros fazem uma disputa simulada e segundo o Eduardo teve outro ato, que talvez eu tenha dormido, porque não me lembro. Tudo isso acompanhado por uma bateção de lata um pouco irritante. O palco só mudou uma vez
quando inseriram um pequeno muro. Sorte que um celular danou a tocar inadvertidamente e acordou uns 10 velhinhos do nosso lado que já estavam roncando. De repente ouvi os agradecimentos a todos e Hóóóóóó! Terminou? Mas ainda não aconteceu nada? Bem, legal! Senão ia dormir de novo. Realmente esperava mais, considerando que já tinha ouvido falar muito sobre essa ópera.
No outro dia voltamos para as compras de quinquilharias, visitas a shoppings e outras lojas. Muitas coisas nos impressionaram até momento, vale a pena vir para cá só para observar a cidade. A poluição absurda do primeiro dia amenizou nos demais, mas em alguns momentos do dia ela volta e com vento forte rapidamente os olhos começam a arder. Agora entendo porque sempre vejo os chineses com tapa nariz. O ar aqui é difícil de respirar e em alguns dias o ar está mais carregado de partículas visíveis de poluição que flutuam no ar parecendo chumaços de algodão.
O nosso voo para Frankfurt-Alemanha sai as 2:20 horas da manhã do dia 20/04, onde vamos esperar 15 horas até o embarque para São Paulo. Poderíamos ter comprado uma agem com apenas 2 horas de espera em Frankfurt, mas tínhamos medo por causa da troca de aeronave, mas agora depois que vimos na ida a organização em Frankfurt, penso que poderíamos ter arriscado.
Tudo bem, podemos tomar uma cerveja em Frankfurt e dar uma caminhada por lá e assim experimentar um pouco da Alemanha ainda nesta viagem.
Elton Iappe
18 e 19/04/2015
18 CHINA_TIBET 2015 - Diário de Viagem – A Grande Muralha da China 5d2e13
Para visitar a Grande Muralha, pagamos por pessoa R$ 150,00 pelo transporte, ticket de entrada, café da manhã e almoço. Não está incluído o ticket de subida com teleférico, pois alguns aventureiros se arriscam a subir até a Muralha por meio de uma trilha, não sabemos, mas não acredito que vamos arriscar até por causa do tempo que temos para ficar por lá, cerca 3 horas, com mais 4 horas de transporte de ida/volta. Escolhemos a primeira entre as três opções de visita ofertadas pelo hostal, é claro, a mais cara das três, mas indicada pelo Lonely Planet e também pelo pessoal do hostal como a melhor opção.
6:30 estamos no café. Torradas, ovo mexido, café ou suco, manteiga e geleia... Café com gosto de casa. 7:20 horas da manhã, conforme contratado o ônibus a. Ele vai completamente cheio, umas 39 pessoas, entre alguns chineses e outras pessoas de vários lugares do mundo. No almoço sentamos com dois casais da Irlanda, um deles sabia falar chinês e ajudou bastante na comunicação com a garçonete do restaurante.
Com mais R$ 50,00 para o teleférico e estamos em cima da "Grande Muralha da China". Uauuuu! Impressionante onde esses caras construíram isso! É simplesmente uma obra fantástica até para os nossos tempos, imagina em 1.400 quando, aproximadamente, começou a ser construída? Ela fica bem no cume das montanhas. Saímos andando sobre a muralha, bem devagar, menos pelo cansaço e mais por causa da vontade de bater fotos, pois cada o descobríamos outro ponto perfeito para uma bela foto.
Paramos num determinada ponto e o Pedrinho comprou uma bandeirinha e a Senhora, já de idade, nos emprestou bonés e mais bandeirinhas da China para algumas fotos. Ela também tirou nossas fotos, menos do Alexandre que já deve ter chegado na Mongólia, pois saiu na frente e como esse é o chão dele - trilha, combinamos e ele se mandou. Prometemos que na volta compraríamos mais alguma coisa dela, mais precisamente um mapinha da muralha, feito em coro. Gostei dela e da boa vontade que demonstrou.
Continuamos caminhando e fotos e mais fotos, alguns vídeos para mandar pelo Wattsapp para a família e lentamente chegamos até um ponto onde dizia que os turistas não deveriam seguir, mas o guia já tinha falado que poderíamos seguir em frente. Seguimos até chegar a um outro ponto, bem mais alto, muito suados e já meio sem energia, o Pedrinho de chinelo, não quis seguir porque só haviam pedras já deslocadas e mata entre as pedras. Eu e o Eduardo seguimos mais um pouco e encontramos um casal de Brasileiros voltando. Eram de São Paulo. Estavam adorando e tinham ido bem mais longe na trilha.
Encontramos o Alexandre voltando com belas fotos do outro lado do pico que estávamos vendo. Disse que a muralha continuava até perder de vista sempre aproveitando o topo das montanhas. Batemos algumas fotos e decidimos todos voltar. Na volta reagrupamos o Pedrinho e de foto em foto, fomos nos aproximando do ponto onde fica o teleférico. Que bom, porque descer pela trilha, penso mais uns 2 km, mesmo de descida não seria nada agradável, pela situação de cansaço, caras vermelhas e cansadas.
Chegamos no local do almoço às 13:27, 7 minutos de atraso e vamos logo para o almoço. A comida chinesa quando desprovida de pimenta é muito gostosa, que pena que eles colocam pimenta que arde a boça, os lábios, o nariz... Fala sério! Porque esse exagero? Mas esse almoço, feito para nós só tem sal e alguns temperos e comemos mais do que o necessário de tão boa. 1 cerveja para cada um para comemorar esse dia histórico nas nossas vidas. Valeu cada o que damos, tipo um sentimento de êxtase toma conta, não só por causa das pedras, mas pelas paisagens e pela história dessa muralha, que pode ser visto até da lua, como já li.
Agora vamos encarar 2 horas de ônibus e estaremos em casa. Ops! No hostal. Mas o cansaço me faz pensar que aquela cama no momento cai muito bem. Eu que peguei um leve resfriado, estou me sentindo mais cansado do que o habitual. Acho que só um banho e cama é o que me espera no momento.
Elton Iappe
17/04/2015
17 CHINA_TIBET 2015 - Diário de Viagem – Cidade Proibida e Show Kungfu 733y72
Como conversamos ontem com a atendente do hotel, ela nos aconselhou conhecer a Cidade Proibida hoje e amanhã ir até a muralha da China, sendo que para hoje à noite poderíamos assistir um Show de Kungfu (The Legend of Kungfu). Acatamos a ideia, fechamos os dois eios e pegamos o metrô para a Cidade Proibida.
Achamos fácil andar de metrô. Compra-se o Ticket entra e depois na saída a máquina fica com o cartão, caso não tenha mais créditos. O metrô também é de qualidade superior aos de outras cidades que conheço. Os trilhos são perfeitos sem o incômodo balanço, por exemplo, do metrô de Brasília. As locomotivas também são de excelente qualidade. O conjunto do metrô incluindo as estações são um show de respeito e segurança ao transporte público.
Chegamos na saída do metrô. Para que lado agora? Pergunta pra um, não entende uma só palavra. Outro também não" em inglês e indica que estamos no caminho errado e nos mostra por onde ir.
Chegamos na entrada, tem uma grande foto do MAO, Líder da revolução, o lugar é imenso, organizado. No guia tem um roteiro sugerido, mas confesso que é difícil compreender e seguir os pontos, de tantas construções, jardins, monumentos e vamos caminhando, quase que a esmo, na sorte. O Pedrinho e o Eduardo alugaram um guia eletrônico que explica cada área assim que você põe o pé nela. Muito interessante. Entrou na construção, começa a explicação sobre aquele espaço.
Impressionante é preservação do local. As pinturas no teto por exemplo, da vontade de tirar fotos de cada uma delas pela perfeição com que elas foram criadas. Dragões, mandalas e outros animais das antigas crenças dos chineses. Este império foi de uma riqueza impressionante, ou talvez a preservação foi ótima, considerando que muitos objetos de Jade, ouro, prata e bronze decorados com pedras preciosas ainda estão em exposição.
“Ganhamos” horas circulando entre as diversas edificações e observando tudo que foi possível. Nada comparável a beleza do monastério dos incensos que vimos em Hong Kong, mas ainda assim muito bonito. No caminho muitas pessoas envolvidas na limpeza, organização e restauração. A limpeza também não deixa nada a desejar. É raro encontrar algum lixo jogado e quando se vê rapidamente desaparece, pois os faxineiros agem rápida e discretamente.
Saímos do outro lado e pagamos, depois dos R$ 30,00, mais R$ 5,00 e subimos um mirante para tirar fotos da Cidade Proibida. Depois de diversas escadarias chegamos ao Mirante que na verdade é um templo dedicado à Buda. O lugar dá uma visão privilegiada da Cidade Proibida e também de Beijing. Vemos que a Cidade Proibida é cercada por outras cidades cercadas do período do império.
Dali resolvemos pegar um táxi. Tentamos de um lado e eles não param. Resolvemos atravessar e tentar pegar do outro lado, mas eles continuam não parando. Pergunto para um onde pegar, ele fala mais para cima. Tento parar de novo e nada. Pergunto para dois, três .... Dez e ninguém fala inglês. Tento para outros táxis, mas eles nos ignoram. Observo que os chineses também não entendem porque eles não param, porque vejo vários pedindo para os táxis pararem, mas também recebem um não. Muito cansados, já andamos várias quadras, com fome, paramos para nos localizar no mapa e descobrimos que estamos perto de um Shopping que eu tinha anotado o nome da rua. Decidimos desistir do táxi e caminhar até lá. O Alexandre compra algumas coisas no Shopping, depois paramos numa Pizza Hut e matamos a fome.
Depois do stress dos táxis que não param, resolvemos fazer mais algumas tentativas e finalmente um deles para. Mostramos no mapa onde queremos ir e depois de alguns nhanhanhans pra cá, nhanhanhans pra lá acho que ele nos entendeu e vamos para o hostal. Temos o show de Kungfu hoje às 18:00 e já são 17:00 horas.
Sem janta, considerando que almoçamos às 16:00 horas, vamos para o Show Legend of Kungfu. O lugar do show é num teatro todo vermelho. Umas lojinhas que vendem produtos relacionados ao Show, comprei uma roupa e uma térmica, o show custou R$ 80,00 incluindo o transporte até o local.
Tem um menino que fica sentado num trono, batendo um martelinho numa cabaça, o que dá um ar misterioso ao local. Aguardamos mais um pouco, tomamos os acentos e o show começa. Muitas acrobacias, se deitam sobre facas, pregos, quebram barras de cimento sobre a barriga, deitam sobre lanças e outras peripécias, tudo acompanhado por uma história que é contado por um ancião a um menino, que aparecem em vários locais no palco e tudo que ele contava ao menino se materializava no palco por meio da apresentação. Eles usavam várias técnicas de ilusão, com telas que desciam na frente dos artistas e misturam imagens ilusórias com os artistas e como por mágica viravam reais, depois de parecerem não reais, realmente impressionante. No final, o ancião revela que a história que ele contou e a história da própria vida dele. Tudo acompanhado por várias músicas, incluídas em vários pontos, principalmente o Mantra "Om mani pe hum".
Depois do show precisamos voltar pra casa. Quem diz que conseguimos um táxi. Depois de caminhar várias quadras atrás de uma estação de metrô o Alexandre conseguiu que um táxi parasse, que por meio de gestos, mapas, endereço e muitos nhanhanhans, localiza o nosso hostal. Pense numa noite bem dormida!
Elton Iappe
16/04/2015
16 CHINA_TIBET 2015 - Diário de Viagem – Chegada Pequim e Praça Celestial 3s5i5v
Depois de 3 dias e 2 noites no trem, dormindo numa cabine minúscula, com 6 camas, 3 de cada lado, num lado dormiram o Alexandre, Eduardo e Pedrinho, no outro eu e mais um casal de chineses, que não falam uma só palavra em Inglês, até um pedido de desculpas (sorry) soava estranho para eles, no meu caso e do Pedrinho, cama do meio, não conseguíamos sentar, pois a cabeça ficava dobrada, então ficávamos o tempo todo no corredor ou sentados na cama de baixo, estamos cansados.
Os meus olhos inchados, os ouvidos fechados e um pouco de sangue no nariz revelam que meu corpo sentiu a viagem. Começo a pensar que Transiberiana, viagem de trem de aproximadamente 20 dias não seria tão divertida como tenho imaginado. Dizem que a viagem de ida de Pequim para Lhasa é bem pior que o retorno. Acontecem sangramentos no nariz, dores de cabeça, etc., por causa da subida brusca. Fico imaginando, que deve ser bem difícil, considerando como me sinto no momento.
No trem, como já descrevi no relato anterior, fora nós 4, só tem chineses. Não encontramos um só chinês que falasse inglês, nem os atendentes do trem entendem o que falamos, tudo é por gesto. Por exemplo, para saber quanto tempo de parada do trem, pedia para o funcionário me mostrar no relógio. Para comprar cervejas, precisei comprar 1, abrir, cheirar, entender que era cerveja, daí comprar mais 3 para os outros, porque a escrita era toda em Chinês e os atendentes nas estações não entendiam o que estava pedindo.
Os chineses no trem nos olham com curiosidade, nitidamente com vontade de conversar, mas como? Eles ficam nos acompanhando com o olhar, se mostrando sempre disponíveis para ajudar por meio de gestos, ou por meio de uma ou outra palavra em inglês que um ou outro conhecia.
Então, fora o cansaço e algumas dificuldades, a viagem de 42 horas, ando por 4.015 km, subindo de quase 4.000 metros de altitude para mais de 5.000 metros e depois descendo para pouco acima do nível do mar, em Pequim, foi uma experiência incrível e de muitos aprendizados, de visões belíssimas, principalmente das partes congeladas do caminho, do desenvolvimento da China e das dificuldades com o solo pobre no caminho, o que nos leva diversas vezes a lembrar do solo abençoado do Brasil e do nosso potencial, caso tenhamos um governo forte como a China tem. Um governo que de comunista percebi pouco, mas as coisas andam quando o governo quer, por exemplo, o governo Chinês tem uma bronca com o Google, ninguém pode ar e acabou. Primeiro a coletividade e depois a invidualidade. Se é bom para o País o cidadão precisa se adaptar.
Nesse momento devemos estar nos aproximando de Beijing, considerando que o céu está encoberto por uma densa poluição, o que me faz lembrar da beleza das estrelas nos céus de Brasília, coisas que temos e que as vezes nem agradecemos. A entrada de Pequim tem muitas plantações e muitos galpões. O solo é seco e aparentemente pobre, precisando de irrigação para produzir.
Realmente estou muito grato promessa experiência e pela forma legal com que tudo aconteceu, ninguém de nós ficou com a saúde debilitada, não usamos os remédios que levamos, todos estão dispostos, conversando no trem mostrando que cada um tirou o melhor da viagem e experimentou as experiências que cada um precisava experimentar nesta viagem. Agora só estando Pequim, posso dizer que já ganhamos várias viagens nesta única viagem. Foram experiências únicas em vários momentos, com aprendizados que só podem ser conquistados numa aventura como está.
Na chegada na estação em Beijing, muitos chineses nos abordam no caminho para tomar um táxi oferecendo transporte, o que normalmente é uma fria, seguimos firme e vamos pegar um táxi onde todos aguardam por um. Pequim, na saída da estação de trem é bem engarrafada, mas logo começa a andar. Algumas dificuldades com o taxista porque não entendeu minha tradução que fiz no Google para o Chinês, mas ele liga para o hotel e consegue achar o Dragão King Hostal.
Chegamos no hostal, banhos e depois nos informamos sobre os eios na recepção e como ficamos no meio das estações de metrô, fica fácil para nós locomover e vamos primeiro conhecer a Praça do Céu.
Logo que saímos nos deparamos com uns chumacinhos que parecem com algodão muito fino, mas está em todo lugar que andamos, até dentro do metrô. Já tínhamos observando durante a vinda de táxi da estação de trem. Mas agora esses chumacinhos começam a entrar nos olhos, nariz, boca... Vão irritando olhos e nariz. Começamos a teorizar, eu penso que é de alguma árvore que deve ter muito aqui, os outros acham que é poluição. Depois de algum tempo um guarda fala algo que entendemos que é poluição mesmo e finalmente compreendemos que realmente é poluição.
Na Praça do céu tudo é muito grande, difícil até de se localizar no mapa. A entrada ficou uns R$ 18,00 e ganhamos autorização para 4 palácios. Fomos em todos e apesar da beleza e detalhes de mandalas e museu com objetos antigos, não me Impressiono muito, talvez o cansaço de dois dias de viagem de trem tenham tirado o apetite de conhecer. Mas de qualquer forma, tudo é bonito e grandioso como deve ter sido a dinastia Ming. Pena que não assisti o filme "O Último Imperador" antes da viagem. Teria ajudado a entender melhor.
Saímos do parque por volta das 17:00 horas e vamos comprar uma mala. Experiência única. Entramos numa feira que parece um shopping, mas o que impressiona é a forma agressiva que os vendedores agem. Tudo começa com preço de 100 e pode chegar 20 ou 30, proporcionalmente. Mas quando você pergunta o preço eles não querem deixar você sair de maneira nenhuma. Agarram você pelo braço, puxam, gritam com você é meio constrangedor.
Encerramos o dia no barzinho do hostal, onde servem comidas que conhecemos e sem pimenta. Foi um dia bastante carregado, mas valeu a pena.
Elton Iappe
15/04/2015
15 CHINA_TIBET 2015 - Diário de Viagem – Viagem de trem 4 mil km 6fv5i
Hoje acaba nosso prazo de permanência no Tibet e nossa volta é por meio do trem que liga Lhasa a Beijing, cerca de 4 mil km, 42 horas de viagem ando por meio de paisagens incríveis segundo relatos que vi na internet, vídeos e também conforme comentários no Lonely Planet.
A partida será a 15:30 horas, mas levantamos tarde, arrumamos as coisas e praticamente não fazemos nada. O almoçamos e já é hora de nos deslocarmos para a estação de trem. O Lopsang, o nosso guia, já que para ir ao Tibet somente se tiver um guia responsável, nos acompanhou e ajudou em tudo que fosse possível até que os ticket de embarque estivessem nas nossas mãos. Cada um ajuda um pouco e damos para ele $200,00, cerca de R$ 100,00, a título de gorjeta.
Entramos no trem e só vejo nós de ocidentais, o resto são só chineses e mais chineses. Na nossa cabine tem mais um casal de chineses de uns 60 anos. As camas são melhores do que ir sentado em um banco, mas é bem apertado, no entanto, como não tem jeito todos se ajeitam e a viagem começa.
O trem começa a subir e subir e as paisagens vão ficando cada vez mais inóspitas, sendo que já eram em Lhasa, onde os lábios racham de tão seco que é. A paisagem começa a ficar com cada vez mais nevada e chega o momento em que tudo fica branco, alguns iaques pastando uma ou outra cidadezinha, algumas pessoas... O mais impressionante, se é que tudo já não seja impressionante, são os lagos congelados.
Os lagos ficam parcialmente congelados e algumas partes o gelo quebram e os pedaços sobressaem a superfície do lago formando uma visão espetacular, quando conjugado com o fundo de montanhas nevadas e algumas partes de terra totalmente cobertas por neve. Vou postar algumas fotos mas não acredito que consigam transmitir a beleza.
As cabines com 6 camas cada é bem apertado mas para dormir tudo bem. O problema que preciso pendurar as coisas acima da minha cama, mas fica meio incômodo. Tudo bem. Acho que vai dar tudo certo. Amanheceu. Dormi muito bem e como todo mundo está animado é sinal que ninguém teve problemas para dormir nas camas super compactas do trem.
O ambiente externo mudou. Agora as paisagens congeladas foram substituídas por vegetação ralinha, acinzentada, com montanhas parcialmente cobertas com de neve e mais na frente de terra. O formato das montanhas revela que chuva por aqui é desconhecida e assim é o vento que dá tão do formato das montanhas. Alguns filetes de água de desgelo, um ou outro lago... Pense num lugar desoladamente belo.
No caminho, ladeando a estrada de ferro começamos a ver alguns peregrinos, no ritual de: “ficar de pé, bater as mãos sobre a cabeça, se jogar de frente, levantar, dar 3 os e repetir o movimento”. Eles fazem isso por kms, numa procissão de penitência interminável. Eles costumam fazer isso em torno de lugares considerados sagrados, como o palácio de Potala, a cidade de Lhasa, monastérios, templos e onde mais que alguém fala que é sagrado, aliais tem muita sacralidade por aqui, tais como montanhas, rios, lagos, prédios, cidades...
Meio dia, tinha lido no guia turístico que devia levar coisas para comer porque a comida seria ruim. Pedimos um prato estava bom, daí fomos para o restaurante e pedimos frango com molho e arroz que veio sem pimenta, adicionado sal a gosto ficou uma delícia. O Alexandre pediu camarão que veio com pepino cozido e arroz. Também gostou muito. Então, contrapondo o guia a comida é boa.
amos pela cidade Lanzhouxi, capital da Província de Gansu, a várias horas já estamos discutindo sobre as obras impressionantes e dá a impressão que tudo está em obras, mas nessa cidade é que ficamos, como diz o ditado, de boca aberta com a quantidade de prédios em construção, todos com certeza com mais de 30 andares. Além disso são muitas obras de estradas de rodagem e de ferro. A cidade é imensa.
amos ainda por campos de geração de energia eólica, com muitas, mas muitas turbinas, muitas construções e muita terra desolada, onde pequenas plantações são desenvolvidas em áreas entre as montanhas. São pequenas rocinhas que eu acho que devem aproveitar o desgelo do período de inverno para plantar alguma coisa.
Enfim, o País é desenvolvimento a cada km desses 4.018 km que andamos, mas a carência de terras férteis nos acompanharam o caminho todo, em especial na Mongólia, onde as terras são na verdade grandes desertos.
Um resumo do que vimos: a China é impressionante.
Elton Iappe
13 e 14/04/2015
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