Pesca Zero em MT foi tema de Audiência Pública da AL - Atualizada 4o4r2a

ÁGUA BOA – Realizada hoje, quinta-feira, a audiência pública da Assembleia Legislativa para discutir o projeto da Pesca. O encontro ocorreu na Câmara de Vereadores. A audiência foi convocada pelo deputado estadual Dr. Eugenio para discutir o projeto do governo que prevê pesca zero nos próximos 5 anos.

O deputado disse na abertura dos trabalhos, que os peixes estão sumindo dos rios e alguma coisa deve ser feita para repovoar as bacias hidrográficas de Mato Grosso. O deputado Dr. Eugênio está preocupado com o legado para as próximas gerações, que correm risco de não conhecerem mais os peixes tradicionais da região.

Foi dito que a agricultura, a pecuária, as hidrelétricas, e por fim, a pesca predatória colaboram para o atual quadro. Por esse motivo, a audiência pública da Assembleia ouviu a opinião dos moradores do Araguaia para incrementar o projeto de pesca zero do governo.

–O empresário e pescador amador de Canarana, Márcio Parizoto, falou em nome dos lojistas de pesca esportiva. Ele chamou a atenção do governo do Estado que cobra altos impostos para quem explora a pesca amadora e profissional de Mato Grosso. 

Parizoto lembrou que os donos de pousadas que atraem turistas serão prejudicados com o projeto do governo. Os trabalhadores das pousadas vão perder o emprego e deixaremos de gerar emprego e renda do turismo na região Araguaia. Ele observou que as lojas de pesca também correm risco de fechar as portas, se inclusive a pesca amadora for atingida pelo projeto do governo.

Ele declarou que alguma coisa precisa ser feita diante do desaparecimento crescente dos peixes nos rios da região. Porém, o principal problema citado por muitas pessoas nessa audiência pública, foi a inércia do Estado que não fiscaliza a pesca predatória.

Foi citado ainda que a poluição de rios também agrava a situação do meio ambiente. Foi dito que em Cuiabá, o despejo de esgoto da capital é grande fonte de poluição. Aqui mesmo na cidade de Água Boa, tem esgoto sendo despejado direto na cabeceira do Vau dos Gaúchos, poluindo toda a bacia desse pequeno rio.

– O parceleiro da reforma agrária e ex-vereador, acredita que um conjunto de fatores colaboram para o desaparecimento dos peixes nos pequenos córregos do PA Jaraguá. Clodoeste Pereira da Silva, o Kassu, disse que a pecuária e a agricultura que desmataram a região possibilitando o assentamento, colaboraram diretamente para o começo da extinção de peixes nos pequenos córregos do Jaraguá.

Kassu salientou que a agricultura e a pecuária colaboram para o assoreamento dos rios. Outro fator apontado por ele como causador do assoreamento dos rios foi a abertura de estradas no assentamento, mas sem o devido cuidado com o despejo das águas pluviais. Dessa forma, hoje as estradas colaboram diretamente para o assoreamento dos córregos. Kassu citou como exemplo o Córrego das Antas, que há 20 anos, tinha enormes peixes, e hoje, não tem mais nem lambari, principalmente devido ao assoreamento.

Destacou que ele está cuidando de uma nascente da cabeceira Azul das matas ciliares do Córrego das Antas (deságua no Rio 7 de Setembro), afluentes do Xingu. Acredita que essa preocupação deveria ser de todos os proprietários rurais.

Assessoria

A região do Araguaia discutiu no dia 10/10 o projeto de lei n° 668/2019, conhecido como “Lei da Pesca” no município de Água Boa. O requerente da proposta Dr. Eugênio (PSB) falou sobre a importância da discussão com a população. “A discussão tem que ser feita para que a população possa dar sua opinião. Além da população, representantes dos setores e lideranças de Canarana, Nova Xavantina, Nova Nazaré, Gaúcha do Norte, Araguaiana e Campinápolis participaram do debate.A região do Araguaia discutiu no dia 10/10 o projeto de lei n° 668/2019, conhecido como “Lei da Pesca” no município de Água Boa. O requerente da proposta Dr. Eugênio (PSB) falou sobre a importância da discussão com a população. “A discussão tem que ser feita para que a população possa dar sua opinião.

Além da população, representantes dos setores e lideranças de Canarana, Nova Xavantina, Nova Nazaré, Gaúcha do Norte, Araguaiana e Campinápolis participaram do debate.O deputado e médico falou sobre sua experiência na área do turismo na região lembrando a época que foi proprietário de uma pousada no município de Gaúcha do Norte, “Desde 1997 valorizamos o turismo da região. Por isso trouxemos junto com a Assembleia o tema para ser discutido aqui”. A Assembleia Legislativa tem levado a discussão a diversos municípios de Mato Grosso, tais como, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Cáceres, Santo Antônio de Leverger, Cuiabá, São Felix do Araguaia, Barra do Garças e agora Água Boa.O vereador de Água Boa, Luiz César Lara (PR) questionou o executivo estadual, “Quais os programas que o Governo tem feito para repovoar os rios de Mato Grosso?”, indagou.

A presidente da colônia de pescadores Z9, que representa nove municípios da região, Geandra Santos, defendeu o pescador profissional. “Temos que ser valorizados. Precisamos que a sociedade acolha a nossa classe e também uma lei coerente”, declarou ela.O empresário do ramo da pesca nos municípios de Nova Xavantina e Barra do Garças, Roberto Silva, falou sobre a necessidade de uma análise correta do PL. “Temos que estudar a matéria e debater, pois os pescadores precisam pagar suas contas e se manter.

A sociedade e o governo precisam debater com cuidado o tema”.O famoso pescador esportivo que saiu de Manaus para participar do debate em Água Boa, Johnny Hoffmann que é a favor do PL, ressaltou a importância da pescaria como laser. “Além de ser uma distração para a população, a pesca esportiva fomenta a economia local, pois o pescador tem que comprar isca, anzol, repelente, filtro solar e outras coisas. Porém temos que analisar a situação com cautela e cuidado”, disse.As demandas da audiência serão discutidas entre os demais parlamentares para que possam fazer as readequações ao PL e posterior deliberação do assunto, “Vamos sentar com a minha equipe técnica e estudar a fundo tudo que foi discutido”, encerrou Dr. Eugênio. (Ascom)